domingo, 7 de novembro de 2010






OS PERCURSOS DO CORPO NA CULTURA CONTEMPORÂNEA.


Malu Fontes.

Malu fontes apresenta e analisa a existência e características de um padrão físico-corporal presente na cultura contemporânea denominado de corpo canônico.
A idéia deste modelo de corpo representa a consciência corporal contemporânea se refere a um corpo construído através de técnicas e práticas transformadoras e embelezadoras da sua aparência e anatomia originais, que são conseqüentes da publicização ostensiva nos meios de comunicação tendo como objeto o corpo feminino.
“O corpo canônico ao qual este texto se refere é o corpo tido e apresentado como desejável nos meios de comunicação, muitas vezes transformado em mero simulacro espetacular da imagem do que seria o corpo ideal” (FONTES, 2006, p. 118).
Para ela, a mídia representa o mais poderoso instrumento de divulgação e disseminação de “modelos”, que seduz e conquista adeptos em todas as classes sociais para seguir padrões pré-estabelecidos como perfeitos, no caso, o corpo canônico.
Ao ser seduzido, o indivíduo passa a desejar e opta pela construção de um corpo que seria o ideal de acordo com os discursos midiáticos que tem como elementos característicos os relacionados a juventude, vigor, potencialização da força e beleza. A partir daí são feitos diferentes tipos de investimentos para construir ou alterar mediante práticas, métodos e artifícios que emergiram e foram aperfeiçoados ao longo do século XX.
A autora esclarece que desde a Renascença o corpo vem sido desvelado e seu modelo passa a sofrer influencias dos mais diversos fatores (genéticos, anatômicos, mecânicos, etc.), respaldados e conseqüentes pelos avanços médicos, científicos e das tecnologias criadas pelo homem. Ressalta ainda, que os padrões que hoje definem o corpo canônico da mídia são passíveis de alterações ao longo do tempo e que aqueles que diferem e não aderem aos artifícios de reformulação e adequação da aparência tendem a ser classificados como dissonantes, esses representados pela obesidade, velhice, deficiência física ou por quaisquer limitações de ordem física; despertando reações de estranhamento e repulsa.
“Na cultura contemporânea o que não é desejável quase sempre é assustador”.

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